Os antigos aqui em Moçambique, quando dizem que alguém é pobre, saiba que é órfão ou é sozinho.
Aqui na minha terra a pobreza não se mede pelos bens materiais. Pobre é aquele que não tem ninguém.
Mede-se a riqueza pelo número de pessoas com quem podemos contar, tenhamos com elas laços de sangue ou não.
Então estes conceitos de pobreza e nobreza transcendem questões materiais. Ora, ter alguém com quem contar é mais que ter um carro ou uma casa ou mesmo uma grande conta bancária.
Nestes tempos de globalização, até a pobreza mudou de gestos: olha para o ocidente. E o contrário é sem dúvida um acidente.
Vamos fugindo da nossa pobreza para a pobreza dos outros.
Não será esta a pior forma de pobreza?
You might also like
More from Crónicas
«Não vou por aí»: A máscara
«Não vou por aí»: A máscara. Há tempo que queria escrever sobre esta crise político-económico-sanitária local, regional, nacional, estatal, mundial…
Galego, memória e afeto (I) | Ernesto Salgado Areias
Galego, memória e afeto (I) | Ernesto Salgado Areias. A leitura de um texto do amigo Alfredo Ferreiro, poeta da …