Todos vimos a árvore. Alguns sentaram a sua sombra: para ver dentro deles a escuridão e removê-la. Outros somente se pararam a contemplá-la. Estes últimos tinham um espírito limpo, e, em aquele momento somente precisavam na sua beleza, observar, o espelho da sua alma.
Muitos passaram e nem repararam. Na sua mente, uma voz lhes confessara: não importa, simplesmente é uma árvore.
Muitos poucos destes decidiram revelar-se: além duma árvore viram a raiz que por dentro, a terra adentrava, na procura da límpida água. Estes também tinham na alma a humidade que refresca o cansaço. Compreendiam essa fadiga não ser do corpo, nem a alma, senão da arrogância e a vaidade. Entendiam os enganos da falsa vontade. Sabiam das muitas ocasiões em que a avareza faz presença. Mesmo vivenciaram aquele sentir desprezo, que nós imaginamos, por nós mesmos desprezar-nos. Na árvore estavam escritas todas estas palavras, sem eles saber…
Os humildes que tinham reparado mais profundamente nas raízes da árvore eram, seguramente, discretos e sensatos. Tardariam mais ou menos em cambiar, mas em seus olhos já se observava uma pequena ou grande mudança, augurando um bela viagem… De volta: o caminho do Retorno.
Outros chegaram para abraçar seu tronco feito de paciência, quanto menos centenária. Eram homens e mulheres honestos, enquanto que saberiam reconhecer suas próprias falhas, ao pé daquela verde ramagem. Reconheceriam, em silêncio ao pé da árvore, seus enganos e o habitual, adquiririam uma maior perceção em seu lento processo de aprendizagem…
De está árvore muito poderíamos falar. Mas olha que agora se acerca a ela uma bela criança. Deixa de escrever, os meninos são os únicos que conhecem a fala da natureza e sua dança. Alegres bailam, sem reparar em quem estiver, para eles, olhando…. Eles, os meninos, a natureza e o amor (inocente amor) ainda vivem conectados.