A morte sem mestre é um livro triste. Tanto, que já me quer parecer que o poeta se tem tornado nas últimas obras um dos poetas mais tristes que deu Portugal. Por isto, ademais de pelo fato de sempre me fazer tremer com cada nova obra, deixo este poema a modo de reflexão, ou crítica não sei se com a obra do poeta ou melhor com toda a Humanidade:
Ao Herberto Helder
A vida sem morte
O H. H. de tanto descrever o espanto
se tornou um monstro convulso e extasiado
que tão só quer ser um homem.
Não admira por isso que nos poemas
devore os dedos enquanto conta
o que resta para o próximo assalto,
monstro octogenário catapultado da infância
que espreita passadas infâmias,
brigas em que falece e renasce
enquanto amamenta uma mágoa.
You might also like
More from Alfredo J. Ferreiro Salgueiro
XIIº Encontro de Escritores de Língua Portuguesa
Entre os dias 5 e 8 de setembro tive a honra de representar a Galiza em Cabo Verde no XIIº …
Seis poemas de Bendinho Freitas
Bendinho Freitas Foi em Maio deste ano, no âmbito das 13ª Raias Poéticas ~ Afluentes Ibero-Afro-Americanos de Arte e Pensamento celebrados …