Cuidar-te como uma flor
Também gostaria dizer-te tantas cousas
que dizer-te me fora impossível
como:
os papeis que algum dia te entreguei
em tuas mãos foram desprezo
O acaso tem estas cousas,
repara de fundo no resto…
Cuidar-te como uma flor
decidir que com olhar-te
soluciona-se
tanta dor na humanidade, por aí fora,
retida em lágrimas – que outros desprezam
e sempre em seu baile se perdem…
como se alguém se importar
com o infortúnio que habita outras mentes.
E o tempo que é o nada
inconscientemente a me dizer
– a mim (e a ti) –
que os anos a folhas entediam,
e limpam os poemas
que logo o cansaço envilece
Cuidar-te, bem sei,
cuidar-te como uma flor
sabendo agora que há mais buracos negros
na alma
do que no cosmos cometas a colidir
entre nuvens de poeira espessas
E a nós em particular a mendigar
um pedaço de amor
que apenas nos sacia,
pois nosso espírito foi entregue
a roleta viciada da carnagem
e pouco resta nele da ansiada divindade
Muito não importa não,
como tampouco nos importa
o futuro desta pobre humanidade
e suas pobres humanas carências
sublimes e etéreas
como a morte quando visita a um ser
cadente na fome que vincou sua experiência
Cuidar-te como uma flor,
(Como?)
dentro dum universo bipolar
cuja balança já só atende aos pagos autoritários…
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