Ao longe
Ouço o rumor aquoso das levadas,
O fluir da água que se esvai
Pelo declive manso da terra
Irrigando promessas.
Ouço estas eternidades
Que não são minhas
Mas pedaço anódino
Do filme da intemporalidade
A que assisto sem espanto.
Ouço zunidos desbragados
Pelo descampado
Calando fundo
No meu desamparo reticente.
*
Ernesto Salgado Areias nasceu em Lebução (Valpaços) e reside em Chaves. Foi professor dos Ensinos Básico e Secundário, sendo advogado desde há trinta anos. É sócio da AREIAS ADVOGADOS, com escritório em Chaves e Lisboa.
Fez o curso de professor do Ensino Básico em Chaves 1977-80 e o de Direito na Universidade Clássica de Lisboa em 1980-85.
Colaborador da imprensa e da rádio, tem mantido intensa atividade no associativismo cultural e formação de adultos.
É director desde a Fundação, em 1999, da Universidade Sénior de Rotary de Chaves, membro fundador do Centro de Estudos Judaicos do Alto Tâmega e membro fundador do Clube dos Amigos do Livro de Chaves e sócio da Academia de Letras Transmontana.
Da sua autoria: Neste cais, para sempre (esgotou uma edição de autor e foi republicado em janeiro de 2016); colaborador do Dicionário de Trasmontanismos (2002).
No prelo: Demónios por Sefarad. Romance histórico (1477 e 1506), concluído; Coleção de conto e poesia infanto-juvenil “Areias de Sal” (dois livros concluídos sob os títulos “Vida” e “O violinista de Strauss”).
Em oficina: Rumores da Terra e do Vento (poesia); O rapaz com boina de CHE (contos); PARIS: Dias de chumbo, noites de luar (será o seu terceiro romance, que anuncia para fins de 2017).
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