POEMA DE RAMIRO TORRES
A árvore enche-se
de um sol caído sobre
o tempo com olhos
transidos de erva nua,
desamarrando-nos para
a percepção que dança
em arco de céu súbito,
estranha voz avançando
por dentro do edifício
a estalar entre os dentes
como palavras abandonadas.
E nós continuamos, filhos
de uma manhã escondida
no bosque que se vislumbra
fora do visível, agochados
até a idade propícia onde
recuperarmos os mapas
de um saber subterrâneo.
You might also like
More from Fotografia
Manuel Outumuro: Lembranzas de infancia e profesionalidade | Lito Caramés
Outumuro, O Retrato da Ausencia As imaxes que na infancia se gravan nos miolos sobreviven lúcidas perante décadas. Nas salas da …
Paz Errázuriz, o reverso da realidade chilena | Lito Caramés
A fotógrafa Paz Errázuriz retratou as faces antiestéticas, incómodas da ditadura de Pinochet. E segue na mesma liña.