“Segues pisando, sem hesitar, as pedras da calçada” (Rui Miguel Amiguinho Barros)
Uma Dose de Poesia | Café com Português
Caminho-Décima Colectânea Internacional reúne 73 escritores, poetas, desenhadores e pintores de várias nacionalidades em fraternidade cultural e afeto mútuo
“E, porque tudo fazemos para que, o que sonhamos tenha sucesso, aqui temos a grande “Colectânea Literária e Artística, Caminho”, que reúne escritores, poetas, desenhadores e pintores que querem encontrar caminhos que nos unam, nos façam felizes, sem competição, sem vaidades, sem comparações.” Graça Foles Amiguinho.
Caminho-Décima Colectânea Internacional foi organizado pela escritora portuguesa Graça Foles Amiguinho e publicado pela Editora galega Andrómena Senlleira (2024). A obra entrelaça poemas, ilustrações, contos e crónicas de artistas de Astúrias, Brasil, Cabo Verde, Cuba, Galiza, Portugal e Ucrânia. Desejamos que desfrutem desta incrível obra.
❧
Dixerxencia: Ledicia
A alba cristalina de ilusións vindeiras.
Campos riseiros de expectativas,
acubillaban a convicción da existencia.
Manexando a aspiración con anhelo,
priorizando as esquecidas crenzas.
Personalizando os plácidos sentidos,
destinatarios de pausas sosegadas.
Mantos de axitación pracenteira,
desenfreaban o interminábel deleite.
Embargo harmonioso de voces,
obras inacabadas de soños.
Afán de gozos ao amencer,
envexa dos andares do vento.
Ruth Santiso Salgado
❧
Um dia na praia
Um belo dia numa praia
de areia dourada como o sol
nuvens e o céu transparentes como água
O mar parecia que queria falar
Queria abraçar
Queria beijar
E ser acarinhado
Não importa por quem
O sol lá no alto
no seu apogeu
brilha como fogo
Derramando seus raios sobre a água
Queimando a nossa pele
Deixando morenos
Os seus amantes
O mar, o mar
Parecia uma piscina natural
Que quando o sol reflecte na água
Fica linda como cristal
Lena Marçal
❧
Para onde vamos mamã?
Rosto erguido, coração partido,
Lágrimas contidas, passos firmes,
Levas pela mão, uma criança,
Abraçada ao seu brinquedo,
Cheia de medo.
De guerras, nada sabe,
De balas, nada entende.
Apenas sente,
A saudade do pai ausente,
Como explicar, sem magoar,
Que todos os homens
Têm de ficar?
Ficar para morrer pela Pátria,
Ou matar para sobreviver
E poder um dia, dizer,
Que a Liberdade venceu,
Que a maldade se abateu,
Qua a tranquilidade e a Paz
Voltarão e serão uma realidade,
Um direito universal,
Que é urgente defender!
Graça Foles Amiguinho
❧
You might also like
More from Café com Português
Uma dose de poesia com Renata Magliano | Carla Nepomuceno
Renata Magliano transmite realidades sobre os assuntos humanos e o conhecimento, através dos mais variados afetos. Para saber um pouco …
À conversa com Julia Peccini, poeta finalista do Prêmio Oceanos 2023 | Carla Nepomuceno
Julia Peccini Café com Português Você lembra de quando tinha 24 anos? Onde costumava ir, quais eram os seus sonhos, a música …