CAOS
(Premir no título para ver em detalhe)
Uma das formas que escolhi para representar a confusão que sinto em certos momentos, onde nada parece claro quando vejo, sinto, ouço, penso, creio.
Tipicamente egocêntrica, atuo, no início, onipresente, num centro que começa sentindo, depois vai pensando e, finalmente, elabora um universo próprio. Porém, nada obedece a este esquema criado e a vida lá fora de mim, se revela e se mescla comigo numa confusão cósmica, praticamente inaceitável, explodindo sobre mim com uma violência incrível, tentando me ensinar algo.
O centro se desespera e entra em pânico.
Esse movimento que parte do centro desesperado, gera imagens, figuras, histórias e personagens que se projetam em movimentos furiosos para fora, e se desenham com a vida, partindo para todas as direções. Percebo, então, que meu eu jaz no centro, anulado, fragmentando, tentando decifrar o que o caos está me contando e me mostrando.
O caos está dentro em mim e aceito que não há mais poder no pensamento (A Mente Mente) e sim somente o se deixar levar num único movimento, vertiginoso, lançando-se na direção para onde o grande poder decidir me levar. Passo a me tornar o todo e o todo passa a ser, diante do inevitável pensamento, o eterno caos para o qual tenho de ceder. Isso é o movimento de um único momento (Dinâmicas de um Momento). Quantas outras destruições serão necessárias?
Será que um dia tudo se silenciará na aceitação de que não sou a obra principal deste grande desenho divino? (Presença).
You might also like
More from Ilustração
«Nunca mais» é a bandeira dum humanismo fulcral | Leandro Lamas & Alfredo J. Ferreiro
As costas de Portugal e da Galiza vêm de ser de novo poluidas até ao paroxismo. O artista Leandro Lamas …
NOVAS VELLAS MARXES: Afra Torrado, multidescendencia do eu | Emma Pedreira
Proxecto Nómades: mostra "Mete coitelo, bota tripas", de Afra Torrado; crítica realizada por Emma Pedreira.