Ante a câmara há um sorriso comedido, talvez para abreviar tanta incontinência e sugerir atenção a seus males. Não há lamento, há simplesmente um sorriso de gratidão antecipado para quem deixe um tostão, para mercar um bolinho de milho e compartir entre os cinco miúdos. Uma expressão não fingida. Um dom bonzinho que prolifera nas crianças de todas as Áfricas possíveis. Os dois garotos mais velhos que tinham que estar na escola e os três mais novos no infantário, estão na plenitude da solidariedade atendendo a seus irmãozinhos ou vizinhos de cubata. Não é simples para um ocidental assumir esta realidade de uma maneira frívola e fardadinho de hipocrisia, arrumando seus interesses sem reagir ante dolorosas situações, quando a Mãe África lhe apresenta seu grito no rosto mais dramático das crianças bagando pelas incertezas da vida.
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