Écrive qui voudra, chacun à ce métier
Peut perdre impunément de l’encre et du papier
Un roman, sans blesser les lois ni la coutume,
Peut conduire un héros au dixième volume.
(de Le libraire au lecteur, Boileau: Satires, IX, 68, 1660)
Talvez seja o detalhe de eu nascer numa família de contáveis que faz que as minhas metáforas culturais primeiras e moral básica se estruturem em livros pautados, raias vermelhas e partidas que têm a ver com o “deve” e o “haver”.
E se a números imos no mundo editorial e cultural galego, a mim, por muitas voltas, as contas me não saem. Os autores queixam-se de não poderem viver do que escrevem. O publico de que não há qualidade. E os editores laiam-se de serem mecenas e apenas sobreviverem.
Estamos fartos de escuitar que o público leitor na Galiza é, por problemas estruturais e históricos de alfabetização e recursos, minguado. Raro em galego ainda que mais exigente. Escasso e um pouco mais consumista em castelhano. E, de dez anos a esta parte, nascente e mui interativo em português.
A produção, porém, de títulos, quanto de autores a escreverem aumenta de ano em ano. Cada vez é que se escreve e traduz mais para galego. Mas, não é logo em proporção ao mercado, nem em previsão de consumo e menos de apostas de futuro ou atendendo propostas factíveis de normalização. E ainda, como se de companhias teatrais ou cinema tratarmos, ameaçam o futuro novas editoras, autores e títulos.
As instituições não pensam realmente em campanhas para criar o público em galego, pois para isso seria precisa uma maciça re-alfabetização de adultos e uma séria reforma do sistema escolar. Ergo, há que contar com o que há.
Se minha geração (ponhamos 1965-1975) é a mais longa e à vez a mais leitora e escritora em galego das que nunca houve, e atendendo a pirâmide populacional, isto quer dizer que a ponta estatística de público potencial pouco mais vai aumentar nos vindouros vinte anos. É justo agora ou em 5-8 anos quando ao nosso consumo engadamos o dos nossos filhos, o momento de pensarmos estratégias.
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