Non se desafivela ningún segredo espallando a anécdota do Ánxel Casal, que voltou da emigración para afleitar a nao da Editorial “Nós” e facer un cruceiro de cen tomos, ao termo dos coales estaba a ruína, tan lenta, segura e sabida, coma pode estar un baixío ben sinalado de antemán. Emporiso, il tamén pensou que o que importaba era navegar…
G. Álvarez Gallego, 24-10-1934.
Mas sem movimentação que os obrigue, os autores também não competem. Ninguém nas editoras lhes exige, pois se não pensa na qualidade ou nas vendas, ou se atrapalham as duas idéias em discursos ideais e supostamente patrióticos.
O sistema é dependente da relação e amizades, e dado que uma obra de valor vale igual que uma sem ele, a quantidade das entradas, a movimentação, os saraus, a participação em tudo o que se coze é o único que no sistema cultural galego, permite apanhar um espaço ou ganhar algo de dinheiros.
Mas isto obriga a estar a bem com todo o mundo, a escrever o que se pensa que a gente quer ouvir, a não dizer o que se pensa e a perseguir incansável e maçadores gentes (editores e coordenadores de publicações) para publicar. Neste ambiente qualquer possibilidade de ver nascer uma crítica séria é como aguardar por uma nova revolta irmandinha.
Os autores com um produto que vender e vontade de estilo ou ganhas de profissionalização, pouco cuidado recebem, pois figuram nas mesmas listagens e tratos que os que passavam por lá, ou fazem currículo para os correspondentes triênios, selênios, marcianos ou plutônios que enchem de constelações de fantasia pseudo-sisuda as bibliotecas de Galiza. Isto empobrece a escrita dos primeiros e rebaixa a qualidade dos fundos das editoras.
Realmente, em prosa e ensaio é muito difícil enxergar algum título bom, salvo por uma recomendação de amizade, dado que a qualidade dos produtos, em ausência de controlo editor e de verdadeira crítica, também não pode ser avaliada rapidamente pelos consumidores.
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