Desmemória
O Carvalho, com as pôlas
termando do céu,
semelha a lápida
de um velho anjo de terra.
Onde descansa
a tua Desmemória?
Dono do silêncio
é o teu altar de marfim,
e gregas as figuras
que guardam o teu leito.
Há lugar no peito
para tanto abraço?
Por um acaso
perderam os meus ouvidos
o teu som de Deus?
Quiçá, após tudo,
seja a própria
Desmemória, aliás
da descrença,
a minha terra sem anjo,
o meu Além sem Deus.
You might also like
More from Fotografia
Manuel Outumuro: Lembranzas de infancia e profesionalidade | Lito Caramés
Outumuro, O Retrato da Ausencia As imaxes que na infancia se gravan nos miolos sobreviven lúcidas perante décadas. Nas salas da …
Paz Errázuriz, o reverso da realidade chilena | Lito Caramés
A fotógrafa Paz Errázuriz retratou as faces antiestéticas, incómodas da ditadura de Pinochet. E segue na mesma liña.