Desmemória
O Carvalho, com as pôlas
termando do céu,
semelha a lápida
de um velho anjo de terra.
Onde descansa
a tua Desmemória?
Dono do silêncio
é o teu altar de marfim,
e gregas as figuras
que guardam o teu leito.
Há lugar no peito
para tanto abraço?
Por um acaso
perderam os meus ouvidos
o teu som de Deus?
Quiçá, após tudo,
seja a própria
Desmemória, aliás
da descrença,
a minha terra sem anjo,
o meu Além sem Deus.
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