NO CORAÇÃO DA FORMA, por adeus português
Um verso capitão de remexer metros bravios,
Curva de olhar ensinado na fola, miúdo tom
Que traz o livro das montanhas, a rua do pulso.
Sobes esses altos e levas a bandeira da gente,
Ombro tão amigo na lanterna da conquista
E sal, bombas da primavera mais esperada.
Balanço lá de cima, pico feito, desdobras
Como litoral a viajada desordem do sol em cabelo
Corres e corres nessa febre da travessia
Que só dá para sorrir, é festa maior.
E no desenho da fuga, o fruto da forma,
Vou contigo nesse porto lento, pé de escrever
Uma transpiração só nossa para explicar a terra.
*
DURAR OS MATERIAIS PARA ESCALAR O SOM,
Areia e mato, coloridas jangadas e caravelas
Moendo dentro a trasladação campeã
Redondo maior e depois o sossego.
São paredes e cordames de voz em
Baloiça jornada, o reconhecimento
No vizinho gelo da mão escritora.
Do saco da língua, o país da fibra naval
Guardar os tesouros para saber quando cantar
Os hinos de trabalhosos mapas.
Frequentar o comércio da quadra, dizes
Já não nos chega aqui o mar e porém
Mantemos, abrimos os instrumentos
Das juventudes de lembrar.
*
Estrela Tambor – Editora Labirinto: Fafe, 2020
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