O pulsar oculto projeta luz,
através das seteiras sombrias abertas pelo Absoluto.
Dentro a perfeição
fora a provação
e o moinho a despejar auga nova removida
entorno do seu mesmo contínuo e único círculo.
Tudo é tão refrescante
que nos confundimos ao sonhar
escassa a forma em que evolui a vida.
Para ela sua exuberância manifestar
nossa flor sempre intumesce
no Lis luminescente da aurora hoje perdida…
Depois surge o germe no ovo esferoidal
dentro da árvore ramificada em “safiras”…
Surge o principio para diferenciar
o oposto do teu oposto.
A esta cadeia vós néscios vindes negligenciar
a guerra contra vossamesma família:
cheios de arrogância.
Morre o pássaro apenas cair o sol na cruz diamantina,
morre a Sequoia apenas nascer a brêtema
no alude da neve contagiando o gelo inadvertido.
Morre o doce clamar das baleias
no deserto oco do imenso vazio,
que assoma oceanos e era infinito…
Morre a filha violentada pelo pai,
morre a Mãe das primeiras dores de parto
e pela força mórbida do varão suicida.
Morre a Natura de não realizar
a aurora dos planos divinos.
Não morre é a aflição
dentro da mente do insensato bandido.
Contra todas estas pragas
nossos netos ainda terão de lutar
com força
somente se lhes legamos
o brasão azul da esperança destemida…
O pulsar volta-se, pela inercia, agora a fechar
na perfeita âmbar espiral desse fluxo já contraído.
Ante a perícia daqueles que esperam sem desmaiar
sempre confiados que novo amanhecer finalmente Ressuscite…
*
Fotografia: Alfredo Ferreiro Salgueiro. Arteijo, 2013.
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