Ao rapaz bino
Trazíamos a mala às costas e uma máquina fotográfica nos ombros
todas as pedras, e os sulcos entre elas – carregados de plantas secas –,
chamavam os nossos nomes
Deslizávamos enquanto subíamos o outeiro sem dominar a gravidade
“como podemos ser nós nesta sombra? Como podemos descer
quando subimos?”
As sombras, tatuadas num cenário monocromático, diziam mais
sobre o caminho, uma busca involuntária, uma procura de nada
um deslize repentino que nos faz bater com a cara na verdade
Trazíamos a mala aos ombros e máquina nas costas
ficou a imagem que a terra não pôde ou não quis gravar nas pedras
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