fotografia de Nuno Mangas-Viegas
Há manchas que, quando vistas de perto,
são estradas circulares, circunvalares ao caminho de um sonho
um passado guardado de medos, uma clareza de espírito aberto.
Onde a prisão se faz para os pés
os passos surgem como espectros, que simbolizam folhas
escritas à mão por alguém na distância, por uma memória infalível.
Onde passou uma palavra a voar, rente ao ouvido esquerdo,
há um eco gravado no semblante do sonhador, ou talvez linhas
rascunhadas por sombras de medos,
liberdades que falam de sonhos.
Na mancha não ficam receios, é apenas segurança das paredes,
um olhar mais arcaico da noite, caminhos para os passos que seguem,
que ecoam nas nossas memórias como hoje.
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