Percebe-se agora mais que nunca a necessidade de derivar o trabalho cultural e artístico em plataformas conjuntas que impulsem a criação desde perspectivas horizontais, somando todas as aportações que cada quem necessita fazer, e, portanto, alheias, no possível, a poderes económicos e/ou políticos.
Talvez foi preciso ter claro que as prioridades da maioria destes últimos grupos estão, como mínimo, dessinteresadas, quando não são claramente contrárias, do trabalho criativo propriamente dito, para começar a perceber que a energia própria da arte deve gerar, na medida do (im)possível, espaços e âmbitos para uma ósmose e intercâmbio fluído com toda a realidade, visando uma consolidação dos discursos artísticos, poliédricos por natureza, como uma riqueza inesgotável para cada ser humano e, por consequência, do conjunto social.
Semelha chegada a hora, pois, de serem criadas as medidas e ritmos precisas para o percurso, sem depender de ninguém a quem dever favores, sem aguardar passivamente por mudanças ou ventos mais ou menos propícios em níveis que não sejam o Trabalho irrenunciavelmente próprio, voltado, sem escusas, para diante, atirando longe os medos para retomar em nossas mãos o presente e o futuro, intensamente magnetizados por tudo o que, desde sempre, nos pertence inalienavelmente: a construção da luz no nosso ser, íntimo e universal a um tempo, (sub)vertendo na realidade os inumeráveis caminhos existentes para a manifestação da cultura, da arte, do ilimitado.
Neste sentido, há que felicitar-se por propostas várias que estão surgindo, como as que se têm comentado neste mesmo blog, ou como a que em Cambre botam a andar, sob o formoso nome de Arteu, Xacobe Meléndrez e Inma Doval, e que neste mês decidiram levar a vários estabelecimentos vídeos, fotografias e gravuras, na convição de encontrar novos lugares para a interação artística.
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