“Quem procura, não deixe de procurar até achar; e quando achar, será estupefato; e, quando estupefato, ficará maravilhado – então terá dominio sobre o Universo”
(Evangelho de Tomé)
Que necessidade tens de mudar
seja o que seja?
Para ti, minha irmã,
ele fabricou uma barriga cheia:
dous filhos hão de medrar
por seu ímpeto na pobreza.
Por que nos vamos importunar
com essa ou outra violência?
Não há necessidade de mudar
seja o que seja.
No mês de Margazhi
o povo Tamil reza.
Dezembro também simboliza a paz;
o 25 dia a luz celebra seu nascimento.
A gente deveria estar contenta.
Ninguém sabe explicar-me
de quem dependem estes pensamentos:
tu por cima de mim,
ele por riba da mesa.
De onde esse ódio provem,
quem nos fez dele os doentes?
Abro a página 3 do jornal:
África apenas existe,
ao pé da foto pude observar:
ele é o esquecido continente.
Ó, amantes, abandonai,
enlouquecei ou perder a cabeça:
O manhã não tem desejo!
Tu caminhas por caminhar,
do resto nada interessa.
Que necessidade terias tu de mudar?
Acaso não sobra planeta?
Deixa os outros se revolcar
na lama que tu mesmo infectas…
No dorso da embalagem
marcas a cruz no Ocidente.
Já limpei meu coração
já o lavei sete vezes.
Reciclei o vidro e o cartão.
Do resto repara, nas árvores
ilimitada também é a tristeza.
Caminhas por caminhar,
isso criou alguma inércia:
o ego mandou agilizar
teus pés individualmente…
Ao fundo não vejo nenhum local,
a brêtema é espessa.
Pela ponte de madeira
todo esta carne atravesso…
Caminho por caminhar,
reparo nas costas do olhar perfeito:
o mundo fica dentro da postal,
algum (louco)
reclamando algum direito.
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