As eleições galegas do próximo ano confrontam-nos de novo com a incertidão de votar e sofrer; ou de não fazê-lo, e padecer também os desmandos de uma classe política que vive (bem) de costas aos representados.
Nestas circunstâncias creio que é muito preciso adoptar uma atitude civil encaminhada à eliminação de um dos maiores males públicos, a falta de controlo dos actos e decisões dos representantes políticos. É preciso fazer saber aos governantes que a sua função não é a de conduzir-nos nem proteger-nos, como se fôssemos menores de idade, senão a de obedecer fielmente o mandato dos cidadãos e a de dar contas verazes da sua gestão.
Desconfio profundamente do mandatário que não oferece a sua contabilidade pessoal ao público, ou daquele cuja vida política dá como resultado o enriquecimento da sua família. Propriamente seu ofício é o delito. E os que votassem nele são vítimas e cúmplices de todos os seus actos de latrocínio e desgoverno.
[Publicado na revista Poseidónia, nº 0 (Corunha, 1997), dirigida por Pedro Casteleiro. Na rede em Çopyright nº 43]
You might also like
More from Crónicas
Abraço ibérico | Ernesto Salgado Areias
Foto: Excerto da obra de Oliveira Martins Na “História da Civilização Ibérica” (1879), o autor Oliveira Martins, numa abordagem sobre a …
«Não vou por aí»: A máscara
«Não vou por aí»: A máscara. Há tempo que queria escrever sobre esta crise político-económico-sanitária local, regional, nacional, estatal, mundial…