«Aimé Césaire, importante poeta da língua francesa e um dos mais preclaros pensadores do chamado Terceiro Mundo do século 20, após uma agonia de mais de uma semana, morreu na quinta-feira, 17 de abril, em Fort-de-France, capital da Martinica, sua ilha natal.» Así comezaba Nancy Morejón no Granma un artigo sobre este poeta que, se non fose porque o amigo François Davó −amigo de vello da poesía surrealista− me tiña presenteado un seu livro hai anos (Les armes miraculeuses, Gallimard, 1970), podía eu terme perdido aínda hoxe algúns dos seus versos máis impactantes: “Je profère au creux ligneux de la vague infantile de tes seins le jet du grand mapou / né de ton sexe oú pend le fruit fragile de la liberté”.
Hoxe, mexendo un bocadiño na ideoloxía do poeta comprometido do Caribe, máis un achado podo mostrar no blogue, interesante sen dúbida para algúns dos nosos lectores pola visión que ofrece no que di respeito da relación lingua-literatura-colonialismo:
CONSCIÊNCIA NEGRA (1)
“No que me diz respeito [como itinerário cultural] parti da cultura dominante em minha época: a cultura européia (2). Graças a meus contatos com a França (3), apliquei essa cultura. Como todos da minha geração, li Gide, Proust e Breton (4)…Mas acrescentei, por exemplo, Frobenius [etnólogo africanista alemão] (5), para andar mais depressa.
“O que temos em comum [ele e Senghor, poeta e estadista senegalês] é a recusa obstinada de nos alienar, de perder nossos laços com nossos países, nossos povos, nossas línguas. Quanto a mim, aliás, o que em grande parte me preservou culturalmente foi o contato assíduo com africanos (6). Este contato serviu de contrapeso à influência da cultura européia (7). […] Assim como ele, fiz tudo para assimilar e não ser assimilado. Nós dois […] queremos por as ‘armas miraculosas’ a serviço de nossos povos”.
(Texto de Aimé Cesaire, poeta e político nascido na Martinica em 1913. In Entrevistas Le Monde: Civilizações: São Paulo, Ática, 1989, tradução de Sérgio Flaksman)
Para finalizar, son capaz de recoñecer de que modo concordei coa ideoloxía de Cesaire mostrando o exercicio de mutación que realicei sobre o texto precedente. Quen tiver vontade de seguirme no paralelismo que atopei co meu propio caso só ten que substituír as palabras subliñadas acima seguindo as indicacións numéricas correspondentes. Así, o subliñado debería substituírse por: (1) GALEGA; (2) em castelhano; (3) minha experiência como espanhol; (4) Cervantes, Góngora e a Geração de 27; (5) Cirlot ou Octavio Paz; (6) portugueses; (7) espanhola.
A. F.
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