Tonga © Jane Carrodus / Flickr / CC
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Desde que começámos com o blogue «O Levantador de Minas» em 2006 este autor chegou a postar mais de mil vezes, referenciando a vida literária galega com letras, fotografias e videos durante quase dezoito anos. O blogue sofreu várias mudanças e agora toca mais uma: passará a fazer parte da Palavra Comum para ali continuar como secção específica de Alfredo Ferreiro, à par das novas secções de Carla Nepomuceno (Café com Português) e de Iolanda Aldrei (Crónicas desde Xai-Xai), e doutras que vierem. O blogue OLdM nasceu em 12 de Março na Blogspot, logo fomos albergados pola Blogaliza e nos últimos habitábamos o ecossistema da Dinahosting sob a URL alfredoferreiro.com, que em breve reconduzirá as leitor@s à palavracomum.com, nova casa ou, melhor, novo arquipélago criativo. Portanto, nada acaba, porque a mundança é sinal de vida neste planeta e assim assumimos esse percurso em espiral. Mas queremos lembrar, isso sim, aquele post fundacional, para assinalar que neste caso mudam os tempos mas no criativo não muda a vontade essencial; por isso continuamos a dizer, mais do que nunca nestes tempos de autoritarismo disfarçado de democracia, e até de exclusão disfarçada de inclusão:
«A BELEZA RECLAMA O SEU LUGAR»
E ainda, parafraseando os surrealistas portugueses, nos atrevemos hoje a dizer:
«A VERDADE E A BELEZA
SÃO UMA E A MESMA COUSA»*
O corpo daquele post inicial simplesmente era uma antiga fotografia duma bela nativa de Tonga, reino que desde uma notícia de La Voz de Galicia em 1999 tinha deitado uma semente subtil no meu íntimo. A notícia era a seguinte:
«El rey de Tonga elige a un estadounidense como su bufón. Taufa’ahau Tupou IV, rey de Tonga, ha nombrado al californiano Jesse Dean Bogdonoff como bufón oficial, según el Tonga Chronicle, “por su visión sensata llena de alegría y de verdad impregnada de felicidad”».
Deste modo, entre a antiga beleza duma ilha recôndita, a sabedoria dum rei que entendia o trabalho do bufão como elemento imprescindível do reino, assim como o esforço dum americano por entregar a sua vida à única verdade que a sustém, comecei a erguer este blogue, como querendo que tão elevados espíritos o apadrinhassem.
Afirmava na altura já não estar só. Outr@s me acompanhavam de dentro e de fora. Oxalá —continuava— “estas exóticas bênções sempre nos guiem, e nos ajudem a descobrir toda a maravilha que ao pé da nossa casa floresce”.
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*Nota: Cf. «Autoridade e liberdade saõ uma e a mesma coisa», em Mário Cesariny, as mãos na água, a cabeça no mar (Assírio e Alvim, 1985, p. 75).
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