A poesia e a força das águas amazônidas
Marta Cortezão nasceu em Tefé no Amazonas, mora em Segóvia – Espanha. É escritora, tradutora, poeta, ativista cultural e idealizadora dos projetos Enluaradas e Tertúlias Virtuais, do blogue Feminário Conexões, Mulherio das Letras Portugal, Mulherio das Letras Espanha e Mulherio das Letras União Europeia. Estreou-se no mundo da escrita com a publicação da poesia Atreva-se, na revista Subversa, literatura luso-brasileira. Participou em várias antologias nacionais e internacionais como O Silêncio de uma mulher, Inquietudes, Coexistência, A imortalidade amazônica, Antologia Brasil-Galiza. Integra a Associação Brasileira de Escritores e Poetas Pan-Amazônicos (ABEPPA) e da Academia de Letras do Brasil- Amazonas (ALBAM).
Dentre as suas obras encontram-se: Banzeiro Manso (Porto de Lenha Editora, 2017), Amazonidades: Gesta das Águas (Penalux, 2021), Aljavas para Cupido (2022) e meu silêncio lambe tua orelha (Toma Aí Um Poema Editora, 2023) que está em pré-venda.
A escrita de Marta Cortezão faz-nos mergulhar em encantos, mitos e lendas, marcando territorialidades e identidades plurais. Tais representações afloram ondas através das memórias, identidades e poéticas das águas que provêm de um cruzamento de vozes de aqui e de acolá. Marta Cortezão dialoga entre amores, mulheres, invisibilidade, feminino. Este universo repleto de águas, ondas, ancestralidade feminina, desejo e libido revela a sensibilidade e a bravura da escrita de Marta Cortezão.
Neste vídeo, a escritora lê um poema seu intitulado CANTIGA MARIA, deleitando-nos com a sua escrita.
Carla Nepomuceno. Galiza, março de 2023
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CANTIGA MARIA
A canoa virou, virou
e não deixou de virar!
Que culpa tem Maria
de que não saiba remar?!
Você é mestre na arte
de a culpa apontar!
Ainda bem que Maria sabe nadar
e nesse rio turvo de mentiras
não irá se afogar.
Como é um peixinho
se juntará a seu cardume
e vai buscar outro mar
e um novo amor
que a saiba respeitar!
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«O que é um livro para além das mãos que o escrevem? São todos os olhos que o leem, são todas as percepções de quem o explora em sua livre, leve, solta e louca intimidade».
Marta Cortezão. Aljavas para Cupido (2022)
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