«Os prémios literários significam sempre o prémio do bem escrever e são sumamente ridículos pois se, como creio, o génio é incompatível com a habilidade, à Humanidade só os génios interessam, por muito que se esfreguem os talentos à porta da Humanidade. O que é, vamos lá, premiável, ou não, é o ser moral representado no homem, analfabeto que seja, amoroso de maior liberdade, maior realização, mais espaço para a morte. Note que não penso que a cabeça do poeta só depois de morta deva ser coroada, mas isso é outro assunto, ou o único assunto verdadeiro. E note que quando digo poeta não digo fazedor de poemas, digo poeta, figura bem mais vasta do que andam a dar a ler aos tipógrafos. […] Eu aceitaria um júri que fosse recrutado como os dos tribunais franceses ou americanos, colhido ao acasso entre a cidadania. Depois de cidadãos, os jurados seriam o que quisessem: camponeses, letrados, médicos, serventes, metalo-mecânicos, pescadores, tanto dá. Mas antes de cidadãos, coisa nenhuma com direito a direito de opinião e de crítica […]» Mário Cesariny, “Entrevista dada a Bruno da Ponte para o Jornal de letras e artes“, in As mãos na água a cabeça no mar.
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