(Com a colaboração de Álvaro Toimil na parte gráfica do video)
REM
Tu miras frenética os teus párpados
dormindo REM ao meu lado.
Eu sonho com a espuma do mar,
efervescente, nos teus olhos.
E navego uma noite
de pensamentos
sem mácula.
Perdido em mim mesmo
como a escuridade na noite.
Emerjo com o sol,
para tomar ar.
E o meu corpo
é um relógio latendo,
que lhe rouba o pulso ao vazio.
Eu esbaro pela vida
como a chuva nas janelas.
Mas não há nada novo…
Tenho os versos tatuados
debaixo da pele,
aguardando a que o tempo
os alcance.
Escrevo só para os vermes.
A realidade está degradada,
a existência é uma mancha.
O único bom
É que voltaram as palavras.
Ainda que sejam estas.
*
Alexandre Brea Rodríguez, nascido em Santiago de Compostela no ano 1994. Graduado em física, atualmente está a realizar o doutoramento em física de partículas. Nos últimos anos participou nas obras poéticas coletivas Além do silêncio, Galiza e Moçambique numa linguagem e numa sinfonia e no Livro Homenagem a Manuel Maria, assim como em numerosos recitais. No ano 2016 resultou elegido para formar parte da antologia lusófona Emergente, que seleciona até 12 poetas emergentes de todo o universo lusófono. No 2017 publica o seu primeiro livro de poesia, O Livro Branco. Um dos poemas deste livro, Com o ritmo da chuva, resulta ganhador do prémio aRi[t]mar ao melhor poema editado em Portugal no 2017. No ano 2020 publica o projeto poético audiovisual A poesia está morta, em colaboração com Álvaro Toimil.
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