POEMA
Estalada por dentro
a criatura que sonha
entre os nossos braços,
cai a luz como um golpe
na estatura do silêncio,
enquanto derramamos
sobre a mesa o sangue
do coração desabitado
e continuamos a tecer
fios entre a penumbra,
com um sol extraviado
mostrando as brânquias
de obscuras cosmologias,
aquecidos por fulgurações
iminentes a reptar desde
o estrondo do desaparecido.
You might also like
More from Fotografia
Manuel Outumuro: Lembranzas de infancia e profesionalidade | Lito Caramés
Outumuro, O Retrato da Ausencia As imaxes que na infancia se gravan nos miolos sobreviven lúcidas perante décadas. Nas salas da …
Paz Errázuriz, o reverso da realidade chilena | Lito Caramés
A fotógrafa Paz Errázuriz retratou as faces antiestéticas, incómodas da ditadura de Pinochet. E segue na mesma liña.