Quero sonhar à tua beira que a saudade tem cura
e o tempo fronteiras trás as que resguardar-se,
mas não é de silencio que se criam as vidas.
Rompe o ar neste instante de texturas salgadas
e regressa outro som,
e regressa outra luz a esta onda de hoje.
Eu conheci o vazio,
as alvas mais escuras que tremiam no leito
de um entrudo sem festa.
Eu rabunhei a terra na procura da água,
eu perdi-me no espelho
e dessequei a espera,
e ocultei a lua na caixa das palavras.
Afinal a saudade é um tempo de dúvidas
e eu estou prendida a um labirinto verde.